Diretamente do Havaí para Portugal, temos hoje o início da terceira etapa do WCT 2022. Presente no circuito desde 2009, o que podemos esperar de surpresas em terras lusitanas?
Os primeiros relatos do surfe em águas lusitanas se deram em 1920. Com o boom do esporte na costa californiana, o primeiro surfista português, considerado pai do surfe no país, foi Pedro Lima; um autodidata, já que as pranchas de surfe nessa época eram escassas.
Com a difusão dos equipamentos de surfe, alguns locais de Portugal ganharam fama mundial no esporte, são eles: Carcavelos, o marco zero do surfe no país; Nazaré, referência mundial no big surf; Ericeira, principal pico a receber eventos de surfe; Peniche, o paraíso para muitos competidores; Figueira da Foz, as melhores ondas do litoral norte e Algarve, referência no litoral sul de Portugal. Mas quem são os maiores campeões em Portugal?

Mick Fanning campeão em Portugal. Foto: WSL/Damien Poullenot
Mick Fanning
O aussie tricampeão mundial levou ao todo duas etapas em ondas lusitanas. Em 2009, ano também do seu segundo título mundial, venceu o australiano Debe Durbidge pela penúltima etapa do circuito. O outro caneco veio no ano de 2014 quando derrotou o sul-africano Jordy Smith adiando o primeiro título mundial do Gabriel Medina para a etapa seguinte, em Pipeline.
Italo Ferreira
O campeão olímpico venceu em Portugal nos anos de 2018 e 2019 derrotando Joan Doru e Jordy Smith respectivamente. Além das suas performances nessas etapas, o potiguar vem mostrando que pode sim dominar as bombas de Nazaré no seu canal no YouTube. Teremos um big rider a caminho?
Lisa Andersen
Já no feminino, a quatro vezes campeã mundial consecutiva, venceu duas etapas em Portugal e todas no mesmo ano. Lisa venceu Figueira da Foz e Sintra em 1997, ano em que foi campeã mundial.
Carissa Moore
Não basta ter levado duas etapas em Portugal, Carissa é dona de grandes performances em ondas lusitanas. Em 2010 em Peniche, derrotou Stephanie Gilmore por 17.44 a 8.60. Já em 2013, em Cascais, se consagrou campeã mundial com apenas 21 anos.
Courtney Conlogue
A americana foi bicampeã da etapa de Cascais ao vencer em 2015 e 2016. Junto com a aussie Tyler Wright, mostraram ao mundo que estavam um passo à frente das demais surfistas chegando invictas nas finais de 2016.
Melhores Condições
Com janela de espera para os dia 3 a 13 de março, embarcamos hoje em Medão Grande, nome da praia onde podemos encontrar a onda rainha de Peniche mais conhecida por Supertubos.
Esse beachbreak reserva ondas muito tubulares, principalmente por fortes tempestades no Atlântico Norte, rápidas e que quebram perto da praia. Para um lineup em perfeitas condições é preciso:
- Melhor maré: de preferência subindo;
- Melhor direção de swell: oeste,
- Melhor vento: sem vento ou terral fraco (quadrante norte e leste);
- Melhor tamanho: de 3 a 6 pés;
- Melhor estação: outono, inverno e primavera.

Gabriel Medina em Supertubos. Foto: WSL/Poullenot
Meio Ambiente; por que Nazaré é a maior onda do mundo?
Falar sobre Portugal é falar também de Nazaré, então você já deve ter ouvido falar sobre o famoso Canhão de Nazaré. Mas o que ele tem a ver com as grandes ondulações que chegam por lá?
Além da influência das tempestades no Oceano Atlântico, existe um cânion submerso, de 227 quilômetros de extensão com pontos de quase 5 mil metros de profundidade, de origem tectônica. A junção das ondulações que se formam sobre o canhão, com as ondulações sobre a plataforma continental e as correntes de retorno produzem dois tipos de ondas com alturas e velocidades diferentes e quando se encontram são responsáveis pelo famoso show do big surf no local, na verdade também pelo grande show da natureza.

Nazaré. Foto: Revista Hardcore.
Curiosidades
- A vila da Ericeira foi declarada oficialmente como uma Reserva Mundial do Surfe, a primeira reserva na Europa;
- O primeiro 540 reverse foi completado por Kelly Slater, aos 42 anos, durante um freesurfing em Peniche em 2014;
- Atualmente, o recorde de maior onda surfada na história pertence a Rodrigo Koxa em Nazaré, no ano de 2017, com uma onda de 24,4 metros;
- A última bateria de Andy Irons foi em Supertubos cotra Kai Otton em 2010. AI Forever!
- Com domínio brasileiro, 5 de 11 etapas, contra 4 vitórias australianas, temos: Adriano de Souza levantando o caneco Português em 2011, Filipe Toledo em 2015, Gabriel Medina em 2017 e o potiguar Italo Ferreira em 2018 e 2019.

Italo Ferreira campeão em 2019. Foto: WSL/Poullenot.