Sete garrafas PET e uma lycra de surfe

de Lord

Como uma garrafa PET pode dar vida a uma lycra de surfe?

400 anos! Essa é a nossa responsabilidade que assumimos com o planeta ao abrirmos uma garrafa de refrigerante, de água, de suco. São mais de 400 anos para uma garrafa PET se decompor. 400 anos de prejuízos ao planeta se não reduzirmos o consumo e não dermos o destino correto para esses materiais. Você já pensou nisso?

Impactos da garrafa PET

Um milhão de garrafas plásticas são vendidas por minuto em todo planeta, 8 milhões de toneladas de plástico são jogados nos mares todos os anos. E os prejuízos não param por aí, 150 milhões de toneladas de lixo plástico já circulam atualmente em ambientes marinhos, segundo a WWF. Se mantivermos esse ritmo, até 2050 haverá mais plásticos do que peixes nos nossos oceanos.

E não, não conseguimos ainda reduzir a produção dessas embalagens!

Elas estão cada vez mais presentes nas sessões de surfe, encalhadas na areia, até no conteúdo estomacal de peixes e aves. Toda ação que venha dar um destino adequado às garrafas PET é sempre bem-vinda e tem muita gente pensando fora da caixinha para que isso aconteça.

Foto: Canva Pro

Um novo olhar

Se somos um dos países que mais reciclam garrafas PET no mundo (55% das embalagens segundo a ABIPET foram recicladas em 2019) é reflexo da economia circular, ou seja, da indústria que utiliza PET reciclado em seus produtos e que vem pensando em alternativas mais limpas para esse cenário.

Como a LORD que a mais de dois anos mudou a matéria-prima das suas lycras tradicionais para a malha PET reciclada (poliéster reciclado). Hoje a cada lycra vendida, são recicladas 7 garrafas, ou melhor, menos 7 garrafas descartadas indevidamente.

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Mas como é feita a malha PET reciclada?

  • As garrafas são recolhidas por catadores, separadas por cores sendo as tampas e os rótulos também separados;
  • São lavadas e secas;
  • O PET é moído e reduzido a pequenos pedaços;
  • Depois fundido a uma temperatura de 300°C;
  • O material é transformado em fibras em um processo mecânico que vai dar origem aos fios de poliéster;
  • É então produzida a malha. As lycras da LORD, como exemplo, são um combinado de 91% de poliéster reciclado e 9% de elastano.

Apesar dos impactos ambientais referentes aos microplásticos, recentemente estudados, a utilização do PET reciclado na confecção de roupas é bastante positiva no que diz respeito:

  • A produção dessas malhas exige 59% menos energia , segundo um estudo de 2017 do Ministério do Meio Ambiente Suíço;
  • O fio PET reciclado reduz as emissões de CO² em 32%, em comparação com o poliéster virgem;
  • O poliéster reciclado dá uma segunda vida a um material que acabaria sendo descartado em aterros ou nos oceanos.
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“Estamos minimizando os impactos ambientais referentes a tradicional indústria têxtil. O caminho é longo, mas esse é o primeiro passo rumo à sustentabilidade, para a busca de tecidos que tenham 100% de solidez e que permitem a prática do surfe”, afirma Juan Trindade, idealizador da LORD.

A seguir uma entrevista com o Juan a respeito das lycras PET.

A preocupação com o meio ambiente é uma questão que deveria ser prioridade por parte de todas as empresas e, principalmente pelas marcas de surfe. A quanto tempo a LORD está no mercado? Sustentabilidade sempre foi a missão da empresa?

“A LORD está a 5 anos no mercado, mas trabalhando forte com sustentabilidade a mais de dois anos quando desenvolvemos as lycras com malha PET reciclada. Desde o início da empresa toda sobra de material dos ponchos nós nunca descartamos e agora com essa pandemia, como alguns fornecedores fecharam e ficaram sem matéria-prima, resolvemos utilizar esse material para a confecção das bolsinhas que acompanham nossos produtos “.

Como surgiu a ideia das lycras feitas de fio PET? Qual foi o maior desafio na produção?

“O nosso próprio fornecedor da lycra de poliéster veio com essa tecnologia para nos oferecer. Não teve recusa, fizemos vários testes e conseguimos aprovar. Um dos desafios é em relação a disponibilidade da matéria-prima, já que é um material novo no mercado e poucas empresas no Brasil fornecem.

Outra questão é referente ao custo já que é maior em relação a lycra tradicional. Por isso diminuímos a nossa margem de lucro para que elas sejam competitivas no mercado. A LORD não vende preço, vendemos conforto, durabilidade e sustentabilidade”.

Produtos amigos do meio ambiente sempre são questionados em relação a durabilidade. Como é isso para você, Juan?

“Todos os nossos produtos são testados pela nossa equipe de atletas para garantir essa durabilidade. Alguns deles demoraram mais de dois anos para serem lançados no mercado justamente pelo nosso critério de testes. As lycras sempre receberam feedbacks positivos tanto dos nosso atletas e clientes, como a Jessica Bianca que tem a nossa primeira lycra reciclada até hoje intacta.

Outro ponto positivo é em relação a pintura delas, como elas são feitas a partir de sublimação, um procedimento mais sustentável já que não utiliza água, são produtos que não desbotam com facilidade e garantem essa maior durabilidade “.

Quais são os próximos planos para as lycras?

“Nosso plano inicial sempre foi aperfeiçoar a própria malha com o nosso fornecedor. Para essa nova coleção conseguimos alterar a gramatura delas diminuindo de 30 a 40 gramas no material, deixando as lycras mais leves e ganhando bastante em performance para o surfe. O plano da LORD é espalhar essa ideia para que grande parte dos eventos de surfe nacionais possam aderir essa tecnologia e a sustentabilidade, como já vem acontecendo em Santa Catarina “.

Aliar sustentabilidade com a nova geração do surfe parece ser uma receita infalível para o futuro do planeta e do esporte. Qual a sua opinião, Juan?

“Isso é uma questão muito importante, os atletas tem o poder de questionar as grandes marcas e os eventos de surfe sobre sustentabilidade, sobre buscar alternativas que gerem menos impactos ambientais.

Fornecer lycras de surfe para campeonatos, como estamos fazendo, é mostrar para essa nova geração que existem opções mais limpas para o planeta para que elas possam cobrar e incentivar seus patrocinadores a aderirem essas opções. Eles precisam fazer esses questionamentos!”.

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Incentivar a redução do consumo e a reciclagem é sobre deixar pegadas mais limpas no planeta, é sobre incentivar a indústria a aprimorar sustentavelmente seus produtos. Precisamos urgente, o planeta precisa!


Vem com a gente nessa, aloha!

Referências:

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