Válida pela segunda etapa da perna australiana, com mais de 75 picos de surfe em uma faixa pequena de litoral, o It’s On de hoje aterriza em Margaret River.
Três décadas de história marcam o Margaret River Pro. O surfe está presente em Margs desde a década de 1950, quando os surfistas de Perth viram nessa região agrícola o potencial das ondulações que chegavam na costa. Desde então esse pico ganhou fama mundial e é uma das etapas mais cobiçadas do circuito WSL.
Dave Macaulay, Taj Burrow e Jake Paterson são os únicos locais que tiveram seus nomes gravados nas escadas que levam até a esse grande palco do surfe, mas quem são os maiores vencedores dessa etapa?
Tom Carroll
O bicampeão mundial teve sua primeira vitória em Margs em 1986 vencendo o americano Tom Curren, para em 1987 levantar mais um caneco na etapa o consolidando como um dos maiores surfistas do mundo dos anos 80.
John John Florence
O havaiano foi contemplado com duas vitórias nessa etapa. A primeira foi em 2017 quando acumulou um total de três baterias com uma somatória de 56,34 de 60 pontos possíveis, para em 2019 levantar o caneco sobre o norte-americano Kolohe Andino.

John John Florence campeão em Margaret, 2017. Foto: WSL/ Matt Dunbar.
Pam Burridge
A australiana, referência e umas das pioneiras do surfe do país, venceu também duas etapas, são elas: 1993 e 1996.
Carissa Moore
Assim como Tom Carroll tem dobradinha da cinco vezes campeã mundial em Margaret River. Carissa foi campeã duas vezes consecutivas nos anos de 2013 e 2014.

Carissa Moore, 2019. Foto: WSL/Matt Dunbar.
Melhores condições
Margaret River é o verdadeiro paraíso localizado no sul de Western Austrália e com dois oceanos se encontrando na ponta sul. Os picos mais famosos são:
- The Box: adicionada no tour em 2014 é um dos picos alternativos e o mais querido da etapa por reservar direitas tubulares e muito rápidas, já que quebram em cima de uma infame laje de pedras. Além de alto drama, eliminações angustiantes e pontuações perfeitas.
- Main Break: esse é o pico principal reservando as esquerdas mais constantes, com tubos pesados a depender das condições.
- North Point: essa é a famosa e impecável direita que proporciona tubos largos, longos e muito pesados.
No geral as melhores condições para Margs: direção sudoeste/oeste, vento de leste e funciona em todas as marés.

Gabriel Medina, 2019. Foto: WSL/Matt Dunbar
Cavernas e fósseis
Margaret River reserva ainda grandes surpresas, descoberta por colonos europeus em 1850 e aberta ao público desde 1904, a Caverna Mammoth pode ser explorada por um tour autoguiado de áudio a 21 quilômetros ao sul da cidade. Contendo fósseis que datam de mais de 35.000 anos incluindo o gigante marsupial herbívoro Zygomaturus; um dos maiores marsupiais que já existiram na Terra podendo chegar até 500 kg. Como seus ossos foram encontrados, principalmente, em antigas florestas pantanosas, pode ter sido semi-aquático como um hipopótamo.
Acesso a foto AQUI.
Curiosidades
- O material mais antigo de origem terrestre já descoberto foi encontrado em Margaret. Os pequenos cristais de zircão descobertos perto de Shark Bay foram datados de 4,4 bilhões de anos, o que significa que existem há 98% do tempo em que o planeta existe;
- Esse é um dos eventos que se equiparam ao Havaí no tamanho e na força das ondas. Principalmente em 1990, quando as condições alcançaram os místicos 20 pés na escala havaiana;
- Margaret foi eleita em 2010 a primeira Reserva Nacional de Surf da Austrália Ocidental;
- Essa região também é conhecida pro produzir 20% de todo vinho premium da Austrália.
Após a dobradinha brasileira de 2021 com Filipe Toledo e Tatiana Weston-Webb, o que podemos esperar dessa etapa de 2022? Fantasy verde e amarelo e até G-Land com a volta do tricampeão mundial Gabriel Medina. Aloha!